Ahh cansei...

Eu??!! Perco coisas toda hora, tenho medo de perder a memória, por isso escrevo tudo o que se passa na minha vida, coisas boas e as nem tanto, caso eu não precise, pelo menos vou rir na velhice... Já cogitei mudar de cidade por causa de paixão, já fiz plásticas, e já tive o coração partido uma dúzia de vezes. Parte é isso, mas ando tão cansada...

Tuesday, September 30, 2008

Orkut e suas chatisses

Adorava Orkut, mas sem querer perdi o gosto.
Aliás o meu virou uma bagunça...
Têm amigos novos com os quais nunca tenho tempo de conversar.
Têm gente chata que eu nem sei porque adicionei.
Têm uma paixão das antigas que nem sonha que fui apaixonada por ele. Há anos não nós falamos. Sempre que entro na minha página, a foto dele está lá estampada, eu fico com raiva e acabo saindo.
Têm um "titifoi" lindinho e tímido de morrer que após meses de idas e vindas ao perfil dele recebi apenas um olá.
Têm uma criançada que juram de pés juntos ter dezoito anos, o que é tudo mentira, e eu conivente com a mentira acabo aceitando.
Têm amigos tratantes que só marcam de sair, mil vezes, e na hora H somem (ou será que sou eu o problema?).
Têm meu pai. Ele mesmo. Não sabe mexer direito, já fez orkut umas dez vezes, mas sempre esquece a senha e acaba fazendo um novo. Rouba fotos. E manda uns recadinhos super sentimentais de quem está morrendo de saudades, deixando as filhas super com consciência pesada.
Têm gente que manda aqueles recados prontos, que ocupam a página inteira e não diz nada.
Já teve quem roubasse o meu "Quem sou eu", e ainda por cima falou que deveria ser escritora :(
Têm amigos da pré escola.
Têm amigos do colégio.
Têm amigos do serviço, do ex-serviço, do ex do ex serviço, ex do ex do ex ....
Têm amigos da igreja.
Têm amigos próximos.
Têm amigos distantes.
Apenas conhecidos.
Uns estranhos também.
Acho que preciso me esforçar mais, responder os recados, manter a boa vizinhança, nunca se sabe quando será meu último acesso.

Friday, September 26, 2008

Nada como um Bis pra alegrar uma tarde...

Meu processo melodramático ainda não teve fim.


O drama do momento é a comida.


Duas da tarde, no serviço, eu já estava circulando por entre os setores reclamando de fome. É uma fome estranha, obscura, quando acabo de comer salgado fico doida por um doce, e vice-versa. Como dizia, saí circulando e recebendo uns olhares do tipo: - Nossa será que essa criatura não almoçou ou deixa eu trancar minha "Bono" dentro da gaveta que a madame fominha está chegando.


Ainda bem que me resta um admirador. Não preciso nem dizer que ele lê nos meus olhos a minha fome. Quando aproximo de sua mesa, ele já saca todo faceiro dois Bis e me dá com todo gosto. Eu é claro pego, e agradeço. Se eu dissesse que o admirador é um senhorzinho do financeiro, beirando os 69 anos, que usa sobretudo e uma lupa para ler seu e-mails no computador, ninguém iria acreditar. Mais é. E deve ser por sua visão afetada, que não percebe a minha (má) intenção quase todos os dias a tarde. Juro que não queria abusar, mas a vontade de um docinho sempre fala mais alto...
Agora, bom mesmo era no meu antigo serviço. Puta saudade. Sentávamos na hora do almoço no sol, naquele silêncio, e devorávamos a caixa inteira na mesma hora.
Ahh e tem mais uma diferença, ao invés de ser partilhada com um sexagenário era partilhada com um amigo fofo, pra quem eu não só arrastava uma asa, mas como um avião inteiro...rs.
O que eu não faço por um Bis?

Posso reclamar?




14/09/2008 - Texas - Furacão Ike (Fonte: http://boston.com/bigpicture/)


E eu reclamando da minha vida...

Thursday, September 25, 2008

Sobre a morte e o morrer


O que é vida?

Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano?

O que é? Quem a define?
Já tive medo da morte. Hoje não tenho mais. O que sinto é uma enorme tristeza. Concordo com Mário Quintana: "Morrer, que me importa? (...) O diabo é deixar de viver."


A vida é tão boa!


Não quero ir embora...


Eram 6h. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: "Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?". Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: "Não chore, que eu vou te abraçar..." Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade.


Cecília Meireles sentia algo parecido: "E eu fico a imaginar se depois de muito navegar a algum lugar enfim se chega... O que será, talvez, até mais triste. Nem barcas, nem gaivotas. Apenas sobre humanas companhias... Com que tristeza o horizonte avisto, aproximado e sem recurso.


Que pena a vida ser só isto...”


Da. Clara era uma velhinha de 95 anos, lá em Minas. Vivia uma religiosidade mansa, sem culpas ou medos. Na cama, cega, a filha lhe lia a Bíblia. De repente, ela fez um gesto, interrompendo a leitura. O que ela tinha a dizer era infinitamente mais importante. "Minha filha, sei que minha hora está chegando...


Mas, que pena! A vida é tão boa...”


Mas tenho muito medo do morrer. O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, porque já não sou mais dono de mim mesmo; solidão, ninguém tem coragem ou palavras para, de mãos dadas comigo, falar sobre a minha morte, medo de que a passagem seja demorada. Bom seria se, depois de anunciada, ela acontecesse de forma mansa e sem dores, longe dos hospitais, em meio às pessoas que se ama, em meio a visões de beleza. Mas a medicina não entende. Um amigo contou-me dos últimos dias do seu pai, já bem velho. As dores eram terríveis. Era-lhe insuportável a visão do sofrimento do pai. Dirigiu-se, então, ao médico: "O senhor não poderia aumentar a dose dos analgésicos, para que meu pai não sofra?". O médico olhou-o com olhar severo e disse: "O senhor está sugerindo que eu pratique a eutanásia?". Há dores que fazem sentido, como as dores do parto: uma vida nova está nascendo. Mas há dores que não fazem sentido nenhum. Seu velho pai morreu sofrendo uma dor inútil. Qual foi o ganho humano? Que eu saiba, apenas a consciência apaziguada do médico, que dormiu em paz por haver feito aquilo que o costume mandava; costume a que freqüentemente se dá o nome de ética.


Um outro velhinho querido, 92 anos, cego, surdo, todos os esfíncteres sem controle, numa cama -de repente um acontecimento feliz! O coração parou. Ah, com certeza fora o seu anjo da guarda, que assim punha um fim à sua miséria! Mas o médico, movido pelos automatismos costumeiros, apressou-se a cumprir seu dever: debruçou-se sobre o velhinho e o fez respirar de novo. Sofreu inutilmente por mais dois dias antes de tocar de novo o acorde final.


Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida. A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos. Aprendi com Albert Schweitzer que a "reverência pela vida" é o supremo princípio ético do amor. Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?


Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia. Muitos dos chamados "recursos heróicos" para manter vivo um paciente são, do meu ponto de vista, uma violência ao princípio da "reverência pela vida". Porque, se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está fazendo, eles a ouviriam dizer: "Liberta-me".


Comovi-me com o drama do jovem francês Vincent Humbert, de 22 anos, há três anos cego, surdo, mudo, tetraplégico, vítima de um acidente automobilístico. Comunicava-se por meio do único dedo que podia movimentar. E foi assim que escreveu um livro em que dizia: "Morri em 24 de setembro de 2000. Desde aquele dia, eu não vivo. Fazem-me viver. Para quem, para que, eu não sei...". Implorava que lhe dessem o direito de morrer. Como as autoridades, movidas pelo costume e pelas leis, se recusassem, sua mãe realizou seu desejo. A morte o libertou do sofrimento.


Dizem as escrituras sagradas: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs.


Por Rubens Alves.


Texto publicado no jornal “Folha de São Paulo”, Caderno “Sinapse” do dia 12/10/03. fls 3.

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Wednesday, September 24, 2008

Tudo passa...

É um problema tão grave confiar em livros de auto-ajuda?

Qual o sentido de ouvir um rap maluco com o nome de “Tudo Passa”, onde dizem o seguinte: SE LIGUE e BUSQUE FELICIDADE...PRA QUEM JÁ ESTÁ MOLHADO, UM PINGO É BESTEIRA...

Faculdade? Terminar o curso? Fazer academia? Um namorado? Uma Plástica? Um carro novo? Um marido? Viagem? Saudades dos pais? Falta de dinheiro? Quer seu cachorro de volta? O que é um norte?

Parece brincadeira, mas TPM pra mim é algo destrutivo. Odeio o meu lado sensível. Neste mês está horrível. No serviço, eu já arranjei uma desculpa, riscaram novamente meu carro na porta do escritório, sendo assim cheguei à copa, já com o bico adquirido mensalmente, e prontamente justificaram que eu estava daquele jeito por causa do carro.

Mal sabem.

E em casa então. Sempre acostumada a passar minhas crises de “depre” aboletada embaixo das cobertas, comendo pão de queijo e chocolate, até quando me sinto melhor, mas, para quem não se lembra estou com a família inteira da minha irmã morando comigo, sendo assim minhas noites tem sido todas agitadas, muitas risadas, causos, cervejas divididas com o cunhado a beira da pia fazendo janta, só que simplesmente não dá. Não tenho vontade de conversar, tampouco dar risada. Às vezes solto as máximas de quem está profundamente depressiva, do tipo, quero morrer, quero sumir.

Agora, só fico pensativa quando chega esta época do mês. Regrido. Volto a ler os velhos livros, do tipo “Você é Insubstituível” ou “A Vida é Bela”.

Sinto-me pequena demais, fraca, sem chão.

Acho que tenho muitas vontades, desejos improváveis e nenhuma meta.

Ainda bem que passa.

Monday, September 22, 2008

Seja bem-vinda!



Estacione, a estação é toda sua. Em vez de ficar três meses, você deveria ficar 3 x 3 meses! O chato do outono - “outônomo” -, que vá passear junto com o frio e insuportável inverno que não tem nada a ver com o nosso patropi. Dias melhores: verão e com você, prima Vera... (Nagao J.)

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Sunday, September 21, 2008

É sempre assim?


Quadrilha - Carlos Drummond de Andrade
"João amava Teresa que amava Raimundo, Que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili, que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes, que não tinha entrado na história."

Wednesday, September 17, 2008

Momento relaxante

Estou no banho, ouço um toc, toc na porta. Em seguida um grito estridente.
- Tiaaaaaaaaaaa, estou ultra, power apertadaaaa!
Asiiiiiiifu viu! Nem me importo de largar a água quentinha, em um dia terrivelmente gelado, e fazer a gentileza.
- Ai, graças a Deus.
- Tudo bem flor?
- Tudo.
- Foi bem na aula?
- Normal. Prova de ciências.
- Foi bem?
- Fui.
- Bom, aproveita que a água está quente, entra aqui comigo.
Após vários gritinhos, do tipo - Cuidado com meu olho!! - Pára! Estamos tranqüilamente, vejo ela ensaboando as mãos.
- Tia, vou fazer uma lipo relaxante em você.
Maldito Dr. Ray!
- Como assim? Lipo relaxante? Eu sei que não estou nas melhores das formas, mas tá tão feio assim?
Ela começa a "tacar" sabão em mim, e vai tirando, hum como posso explicar...sabe quando aqueles garotos no farol, insistem pra lavar seu pará-brisas, mesmo sabendo que você não têm um tostão? Então, ele ensaboa o vidro, e em seguida RASPA com um rodinho pra tirar aquela "lambança"? É isso, o gesto que fazia era estilo um rodinho raspando minha barriga.
- Isso tia, sente só como está ficando liso desse lado. Agora eu vou fazer do outro (já com as mãos completamente brancas de espuma).
- Têm certeza que está fazendo certo, digo, já entrando na brincadeira.
- Claro. Estou retirando todas as impurezas do seu corpo.
- Mas eu não tenho impurezas. Do que está falando?
- Impurezas e ponto. Melhor não falar, você não vai gostar.
- Fala logo!
- Gorduras, tia. Estou retirando todas as suas gorduras do seu corpo, você vai ficar esplêndida.
Coitada. Tão difícil explicar para ela, que, nem um milhão de sabonetes, poderiam produzir uma lipo relaxante em mim.
Continuando o banho.
- A aula de ciências é super produtiva.
- Que bom. Nem lembro como eram as minhas aulas.
- Eu aprendi o que é isso, diz ela apontando pra uma "pintinha" de sangue no corpo.
- Mesmo? E o que é?
- São hemácias mortas.
- Legal, acho que faltei nessa aula.
- Orrr tia, têm um montão disso no nosso sangue. Elas ficam trabalhando o dia inteiro, carregando oxigênio e gás carbônico para o pulmão. Quando cansam, morrem no meio do caminho e o próprio corpo coloca para fora, como se fosse uma pinta só que de sangue...
Se eu não estivesse com tanto sono, falaria mais sobre como nosso banho rendeu. Além de uma lipo imaginária, ela ainda contou sobre os leucócitos, pâncreas, sistema respiratório e disgestivo...

Tuesday, September 16, 2008

Saco x Saco

Seria tão bom, se as pessoas que deixamos no passado, por alguma razão permanecessem por lá. Ou se resolvessem dar as caras que, pelo menos, estivessem feias, gordas, sarnentas, vesgas, fedidas, carecas...

Comigo isso nunca dá certo.

Normalmente têm "olhinhos" de abandono, está totalmente em forma, perfumado e casado... Precisavaaaaaaaaaa???

Monday, September 15, 2008

Amor

O amor não consiste em dar ou receber, é participar.

Wednesday, September 10, 2008

Oposto (mas bem parecido)

Já que falei do pai, vou detalhar um pouco sobre minha mãe.
Do "alto" dos seus um metro e cinqüenta ela comandou nossa casa com um misto de domínio e doçura. Os dois sentimentos se fundiam a ponto de sufocar, mas agora que estou longe dela, sinto falta destas sensações.
Ela pertence à uma família grande, ao todo são quatorze irmãos, dividos bem ao meio, sete homens e sete mullheres. Comenta sempre da sua infância, mas quase todas as suas lembranças são ligadas a mãe (minha avó). Seu pai era meio bravo. Sua mãe amável, carregava o marido nas costas (tanto no sentido figurado, ou seja, nos momentos de comandar a casa e o dinheiro, quanto no sentido real, pois há uma história verídica, em que "num" dia de enchente na roça, ele começou a reclamar que não atravessaria tal parte alagada, ela não pestanejou, o colocou nas costas e "vamu simbora"...).
Como percebem também foi criada na roça, e teve "n" causos engraçados. Começou a fumar com sete anos de idade, escondida, cortava um "doze" pra conseguir uma palhinha para formar um cigarro. Como não tinha fósforos (tampouco isqueiros) ela chegava ao ponto de colocar pedaços de brasinha na mão, jogar pela janela da cozinha, e sair correndo desesperada para fora para acender o cigarro. Uma pena, pois queimava a mão e a brasa jazia apagada no quintal. Ainda bem que não coloca um cigarro na boca há mais de vinte e cinco anos...
Ficava sozinha com suas irmãs, quando criança, pra sua mãe trabalhar. Fazia muitas artes e meu avô a deixava de castigo acorrentada para fora de casa (quem contou essa máxima foi uma tia, ela mesma, não dá o braço a torcer que era uma arteira, e que tínhamos para quem puxar), podendo entrar somente para jantar. Nessas ocasiões brincavam entre sacas de arroz e cobras, sendo que estas eram descobertas e mortas pela minha avó, apenas horas depois das brincadeiras das filhas. Um perigo. Outro perigo aconteceu quando iam para escola, ela e mais duas de suas irmãs, e por medo de uma vaca que a perseguiam, correram desabaladas. Ela e outra irmã conseguiram se salvar, a outra foi inevitável, tragicamente mergulhou "numa" fossa aberta. A sorte que conseguiram uma pessoa pra resgatar minha tia, que estava até "as tampas" de cocô.
A surra fenomenal que se lembra, foi quando meu avô comprou um saco de amendoim e colocou sobre a parede (a casa era daquelas que não tinha forro). Sem querer, ela e seus irmãos fizeram um pequeno furo no saco e "assaltavam" o dito cujo. Quando seu pai descobriu, o saco estava pela metade. A cobriu de pancadas.
Duas coisas chatas:
- Não conheci meu avô, seu pai.
- Foi eu quem dei a notícia que sua mãe havia falecido. Digo com conhecimento de causa, foi o pior dia da minha vida.

Monday, September 08, 2008

E pensar...

Ouvir meu pai falar é o máximo.
Fiquei encantada, não só pelo som da sua voz, a risada, mas pelas estórias que conta. Dois casais de amigos, minha mãe e eu, estávamos todos curtindo uma preguiça no último final de semana quando saiu assunto de infância, todos falando ao mesmo tempo..surras, castigos, sumiços, trabalhos, daí ele começou a contar sobre a sua. Um deleite.
Descobri que era meu pai quem selava o cavalo para meu avô trabalhar às seis horas da manhã, com apenas dez anos de idade, descalço. Nunca reclamara. Nem poderia. Às vezes o pasto estava alto, e o cavalo sumia, havia serenado a noite inteira, e mesmo assim, sumido lá no meio, todo molhado, não reclamava.
Plantavam café. Meu bisavô, meu avô, minha avó, meu pai e dois de seus irmãos. Eram apenas crianças, e adoravam competir entre eles, quem colhia menos café, ou demorasse mais tempo em uma fileira (ou carreira..sei lá), tinha que carregar as ferramentas, ou o maior saco de café.
Dia de festa era quando matavam porcos na fazenda em que eles trabalhavam, somente pelo fato de sair mais cedo do trabalho.
A única vez que apanhou com gosto da minha avó, foi quando xingou um vizinho de FDP. Foi pra nunca mais esquecer (e eu juro de pé junto, que em toda minha existência nunca o vi pronunciando um "palavrão")...
Quase sempre era o "mentor" das artes, por ser o irmão (homem) mais velho, comandava as bagunças e os outros tinham que obedecer. Foi em uma dessas que derrubou um irmão de uma árvore diretamente no rio, quase o deixando sem as "partes baixas". Pior arrastou o coitado machucado embora pra casa, e chegando lá sua mãe estava com visitas. Interromper jamais, era surra na certa. Infelizmente além de quase "decapado" o coitado do meu tio ainda apanhou da mãe. Bom, pelo menos foi socorrido a tempo (e pelo que consta está perfeitamente normal..rs).
E pensar que passou por tantas coisas...artes, surras, castigos, medos...e ainda hoje conversa comigo pelo Skype ou MSN, como qualquer outro amigo de minha geração. Amo a modernidade.
Aguardem...tenho muito mais a contar sobre essa minha paixão.

Tuesday, September 02, 2008

Rapidinhas da noite

1° Caso
Um fogão.
Uma panela.
Um arroz.
Três pessoas.
Seis mãos.
- Alguém será responsável por aquilo?
2° Caso
- Foi boa a aula?
- Não tive. Conselho de classe (mil anos não ouvia isso...). Fiquei no play brincando.
- Do quê?
- De frutas, era um grupo de quatro, e tinha castigos.
- Porque só quatro? Não tinha outras crianças?
- Porque sim. (Ninguém ensinou que, porque sim não era resposta???).
- Legal. E como funcionava?
- Ahh, tinha que adivinhar se eu era banana, melão, e assim por diante, quem errava pagava castigo.
- E você, pagou muitos castigos?
- Ahh só um...
- Qual?
- Tive que enfiar o dedo na privada (JESUS ME CHICOTEIAAAA!!!).
- Como assim?? Que nojuuuuu...
- Orrr tava limpa, mas mesmo assim eu lavei a mão um montão de vezes (nem ouvia...já tinha saído correndo pra pegar um litro de álcool, Veja, Bombril...aaaaaaaaiiii).
- Nunca mais brinque disso, está me ouvindo.
- Ahh tinha castigo pior.
MOMENTO DE REFLEXÃO
- O quê poderia ser pior do que isso?
- O corredor da morte (Que mundo estamos?? Preciso acionar urgente o síndico geral, pra uma assembléia com os pais dessa criançada...).
- No que consiste esse corredor?
- Ahh uma fila imensa onde todo mundo faz isso óó (ela me dá um estalinho com dois dedos juntos, bem forte...a famosa "sardinha")..pensa bem tia, na hora do castigo do corredor, não era só quatro, juntava todas as crianças do play...
Constatações:
1° Caso
Por acaso eu ouvi um "unidos venceremos", na sala de jantar?
2° Caso
Será que eu era assim quando criança?

Monday, September 01, 2008

Era só o que me faltava...




Quem nunca teve vontade de dar uma mordida em um pezinho deste?


Não passemos mais vontade. Ontem estava eu circulando pela Feira da Gestante e Bebê, e vi algo que me deixou boquiaberta. Como a criatividade do homem não tem limites.

Bom vou começar explicando o porquê deste programa de índio. Nunca tive vontade de ter filhos, mas a "cegonha" resolveu "pousar" no lar da minha irmã, sendo assim, estamos todos meio "grávidos" junto com ela. Para quem nunca se ligou nestas coisas de crianças, estou me saindo muito bem. Altos bate papos sobre bebês, fraldas, carrinho, decoração, quarto, manta, bordado, berço, mamadeiras, chocalho, roupas, rosa, lilás, amarelo...enfim estou me atualizando neste universo, já que a última criança na minha família foi há nove anos (e eu era apenas uma criança, han...cof, cof..). Então, na hora do almoço, minha irmã me convida pra dar esse passeio, topei na hora.

Chegando no dito cujo do lugar, estava lotado, último dia da feira, uma mulherada "barriguda", muito engraçado. Eu, é claro, me senti a patinha feia da lagoa, todas as mulheres (salvo as avós) exibiam com gosto aquelas barrigas, umas estranhas, outras lindas, pés inchados, todo o tipo de exaustão, que só as mamães sabem apresentar e como não carrego nada no meu ventre, me encarreguei de palpitar em tudo, assim como carregar todas as sacolas, saquinhos e caixas de tudo o que era comprado.
Na saída, após me deleitar com os gastos alheio, vi uma banquinha com uma barriga e um pezinho em gesso. Como não sou nem um pouco curiosa, me aproximei para verificar do que se tratava. A moça atrás do balcão veio toda faceira me explicar seu trabalho. Ela tira o molde da barriga, dos pezinhos dos bebês ou da parte do corpo que quiser e conserva no gesso ou no acrílico. A primeira pergunta que fiz era se não maltratava a pele do bebê, ela garantiu que não, que utilizava de "algas" para moldar (Jesus amado...). Sua criatividade não pára por aí, ela fez a mesma pergunta que eu, de quantas vezes nós olhamos para um pezinho de bebê e falamos que dá vontade de dar uma mordida, então, não é que a "dona" molda o pezinho e faz lembrançinhas de chocolate. Olha o luxo, você pode dar o "pezinho" do seu "filhote" pra todas as suas amigas e amigos comerem, adorei.
Minha imaginação fértil não parou desde então. Já tive algumas idéias brilhantes de alguns moldes para a moça fazer...