Ahh cansei...

Eu??!! Perco coisas toda hora, tenho medo de perder a memória, por isso escrevo tudo o que se passa na minha vida, coisas boas e as nem tanto, caso eu não precise, pelo menos vou rir na velhice... Já cogitei mudar de cidade por causa de paixão, já fiz plásticas, e já tive o coração partido uma dúzia de vezes. Parte é isso, mas ando tão cansada...

Friday, November 28, 2008

Diferenças

Acho que já comentei aqui sobre a gravidez da minha irmã. Pois é, agora estamos em contagem regressiva, mais uns dias e nós seremos premiados com está benção. Daí conversava com minha mãe sobre isso...
- Mãe, você ficará quantos dias por aqui cuidando da Clau?
- Ahh quantos dias ela precisar. Se bem que nem têm tanta necessidade assim. Quando você nasceu, o tempo estava congelante, sua irmã tinha um ano e meio, e eu resolvi tudo sozinha. Cuidei de você, dela, da Isa, cozinhava, limpava, lavava e passava tudo.
Momento de reflexão.
- Ahh e têm mais agora é tudo fralda descartável, fácil, fácil. Naquela época eu tinha que fazer tudo o que falei, e ainda por cima lavar as fraldas (de pano) das duas.
Sinceramente eu nunca havia parado pra pensar nisso. Eu e esta minha irmã (grávida) nascemos muito perto. Nunca havia perguntado pra minha mãe como aquela conseguiu a proeza de cuidar de nós duas e mais uma filha de cinco anos de idade, sozinha, sem dirigir (morre de medo...ela é daquelas que fica freiando no lado do passageiro...rs), num frio congelante de julho...
Onde estava o marido e pai das crianças? Ótima pergunta. Também nunca perguntei para o meu pai, como que ele, sozinho, conseguiu criar três filhas + esposa, sendo o único que trabalhava na casa...nunca faltou e nunca sobrou. Tudo perfeito e tudo na medida.
Meus pais são meus heróis.
Quando ouço estas coisas descubro que não sei nada sobre a vida...

Tuesday, November 18, 2008

Cada doido com seus tortos...

Desde criança eu descobri várias coisas tortas em mim.

Começou com as orelhas, lá em 1989, por intervenção da minha querida mãe, passei por uma cirurgia corretiva para colocar os “abanos” em seus devidos lugares.

As demais crianças da minha sala nunca entenderam o motivo de eu ir pra escola todo santo dia de faixa na cabeça, eu faceira respondia:
- É moda, meninas (isso porque eu só tinha seis anos de idade...).
Os apelidos tipo dumbo, topo gigio entre outros ficaram para trás...

Daí foram os dentes. Cresceram todos desordenados, sem espaço, um de frente para o outro, uma coisa de doido. Fácil. Nada que três anos consecutivos de aparelho, ora fixo, ora móvel, não dessem um jeitinho todo especial. Tudo bem foram três amargos anos sem comer na frente de outras pessoas, em festas tinha que correr no banheiro para olhar a aparência e confirmar se não tinha algum pedacinho de coxinha grudado nele um horror...

Falando em coxinha...chegou à adolescência, e eu me peguei com vergonha de tirar fotos, achava meu nariz estranho. Não combinava era desproporcional.

Cheguei para uma consulta de rotina com meu otorrino, ele me olha, olha...e pá, foi direto no meu ponto fraco:

- Sabe, eu sou especialista em reconstituir defeitos na face.

Pára tudo.

Que meu nariz era estranho tudo bem, mas falar que eu tinha um defeito na minha face foi de chutar o pau da barraca.

- Mas doutor eu não tenho dinheiro pra fazer uma cirurgia, eu já falava com lágrimas nos olhos. Deu certo, ele se comoveu na mesma hora.

- Tudo bem, eu dou um jeito. Mas eu não posso deixar você assim.

Na hora deu um yuuupppiiii misturado com buáááá. Yupi pela cirurgia na faixa, e buá por ele me achar tão estranha a ponto de propor esse favor.

Os apelidos tipo nariz de coxinha, entre outras aberrações ficaram para trás...

Hoje eu descobri uma coisa muito, mas muito estranha. Troquei meus óculos, porque o antigo estava estragadinho, e meu grau aumentou, então mandei fazer um todo moderninho, preso só nas hastes chique de doer. Eis que estou no banheiro do serviço, olho atentamente para o espelho, e descubro que os óculos estão tortos.

Valheiminhanossasenhora! Pelasbarbasdesãocrispim!

Troquei de posição, nada. Peguei a armação antiga, nada. Coloquei os óculos de sol, nada. Todos sem exceção ficaram tortos. Eu descobri um novo desarranjo. Ou eu tenho uma orelha mais alta que a outra, ou não sei o que acontece.
Perguntei pra todos que trabalham perto da minha mesa, todos dizem estar normal, mas é incrível, eu me olho no espelho e vejo um óculos torto.

Muito doido isso.

Thursday, November 13, 2008

Se e Quase

Quem aí já teve vontade de chorar até espernear?
Eu já tive, aliás tenho...mas não adianta.
Os bebezinhos não conseguem tudo chorando? Eles sabem que podem chorar de monte que sempre existirá alguém por perto, para acariciar, para proteger, para garantir que tudo aquilo que é necessário para o seu bem estar, será feito, e quando ele está satisfeito, completo e saciado o choro passa.
Onde está a satisfação?
Eu pude observar nesse tempo que o meu pessoal esteve hospedado na minha casa, como age uma criança quando magoada. Você dá uma bronca, ela chora aos prantos, você não dá créditos porque ela mereceu tal bronca, e o que acontece??? Ela deita, se embrulha e acaba dormindo ressentida. No mesmo momento você se recrimina, porque ser tão durona, ela não merecia dormir magoada, coitadinha, preciso pedir desculpas...e aí o mais legal acontece. No dia seguinte ela se levanta, te abraça, te beija e nem por um momento ela se lembrará de tudo o que aconteceu no dia anterior.
Existem choros que não têm importância.
Existem choros de tristeza, de dor.
Existem choros de alegria, de satisfação.
E existe o meu choro.
No dia seguinte você acorda mal, com a cabeça doendo, com os olhos inchados, e aquela magoa de ontem, infelizmente não passou, pelo contrário, você remoe o motivo do choro, e pergunta SE aquela razão valia todas aquelas lágrimas...
Continua na mesma.
Gostoso foi um choro que contemplei na semana passada. Uma gravidez desejada. Um parto perfeito. Um pai bobo. Foi aquele choro de alma, de satisfação, de orgulho, de amor que mexeu comigo, e com todos que assistiram tal cena.
Eu me derreti, e chorei. Escondida, é claro, como venho fazendo nos últimos anos. Aliás nem tão escondida assim, afinal, tenho uma casa inteira para praticar sem ninguém ver...
Os choros de ultimamente têm sido pelas palavras "se" e "quase".
Quase consegui.
Se tivesse feito a escolha certa.
Quase acertei.
Se tivesse sido diferente.
Quase começamos.
Se não fosse por tudo aquilo.
Sinto muito por esta melancolia...

Monday, November 10, 2008

É sempre assim...

Tá legal, meu primeiro dia de volta à solteirisse...

É estranho.

Eu já não tenho que andar pé por pé de manhã pra não acordar alguém...

É necessário trancar a casa porque ela ficará sozinha durante todo o dia...


Quando chego do trabalho, a casa nã está acesa, o fogão não está pipocando, as TVs não estão ligadas...

Ninguém me pergunta como foi meu dia...

Aliás não tem alguém com quem eu possa tomar banho, ganhar lipos relaxantes, ensoboar o box, o azuleijo, nem me dar aula de ciências...

Ninguém pra dividir a Brahma, a Skol ou aquele mix de coisa horrível misturado com caramelo, que deveria ter gosto de chopp, mas na verdade parecia um xixi, a beira da pia...

Ninguém brigando no quarto ao lado pelo disputadíssimo videogame...

Ninguém pra dar boa noite, beijo, tchau...

Pra variar a porta se fechou...as pessoas que amo ao lado de fora, e eu olhando, esperando, rindo e chorando...

Até quando?!

Thursday, November 06, 2008

Para refletir...

Eu recebi o texto abaixo de uma pessoa especial. Na verdade ele não sabe o quanto é, mas ultimamente eu tenho recebido tantas ligações, tantas cobranças no serviço, que, não dá dez horas da manhã eu já me encontro estressada e agindo a lá Amy Anyhouse brigando, xingando, resmugando...não com as pessoas, mas com o telefone, copos, computador e outros objetos inanimados que resolvem cruzar meu caminho.
Entre todos estes estresses eis que surge um senhor, cliente, amável, educado e simpático. Ele liga sempre, pra cobrar propostas, pra cobrar serviços e quando não têm nada para cobrar ele liga apenas pra dizer bom dia, boa tarde, pergunta se eu parei pra reparar no sol que está fazendo naquele dia, ou quando chove me diz pra tomar cuidado.
Por clientes assim, como o Sr. Jorge, que eu faço meu trabalho com muito mais prazer e alegria, e o e-mail abaixo discute mais ou menos essa relação de quanto perdemos ao deixar a vida passar sem prestarmos atenção as coisas mais simples da vida...espero que gostem.


PASSEIO SOCRÁTICO *Frei Betto*

Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos em paz em seus mantos cor de açafrão. > > Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhi a aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente.

Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade?'
Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...' 'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!'


Estamos construindo super-homens e supermulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados. Por isso as empresas consideram agora que, mais importante que o QI, é a IE, a Inteligência Emocional. Não adianta ser um superexecutivo se não se consegue se relacionar com as pessoas. Ora, como seria importante os currículos escolares incluírem aulas de meditação!
Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporç o em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?
Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade, inserir-se na realidade, conhecer a realidade. Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se pega aids, não há envolvimento emocional, controla-se no mouse. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os valores, não há compromisso com o real! É muito grave esse processo de abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. Enquanto isso, a realidade vai por outro lado, pois somos também eticamente virtuais...

A cultura começa onde a natureza termina. Cultura é o refinamento do espírito. Televisão, no Brasil - com raras e honrosas exceções -, é um problema: a cada semana que passa, temos a sensação de que ficamos um pouco menos cultos. A palavra hoje é 'entretenimento'; domingo, então, C3 o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, vestir este tênis,- usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!' O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose. > Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los onde? Eu, que não sou da área, posso me dar o direito de apresentar uma sugestão. Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque, para fora, ele não tem aonde ir! O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se alguém vai à Europa e visita uma pequena cidade onde há uma catedral , deve procurar saber a história daquela cidade - a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shopping centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingos. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald's...

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático.' Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça per correndo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: 'Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz.'
[Autor, em parceria com Luis Fernando Veríssimo e outros, de 'O desafio ético' (Garamond), entre outros livros]. > *Frei dominicano. Escritor.




Ahh eu juro que vou aprender a fazer passeios socráticos...chega de gastos...rsrsrs

Wednesday, November 05, 2008

Uma pergunta...

Na verdade são 03 perguntas....
- O que fazer quando a sua irmã encontra um "power" e "sarara" cabelo branco na sua cabeça (ahhh e você ainda nem sonha estar perto dos trinta)?!
a) Se jogar do 16° andar (essa sempre será minha opção)
b) Amanhã pela manhã agendar o primeiro horário pra fazer luzes, escova, reflexos, hidratação, alisamento definitivo, alisamento japonês, chapinha de chocolate, passar um ferro, tinta guaxe (ou guache...sei lá)
c) Se acalmar, nunca mais arrancar um fio, pra não nascer sete no lugar (credo em cruz, Rê..rs)
- O que fazer quando você vê a Xuxa cantando no comercial do hidratante Monange?
a) Se jogar do 16°andar
b) Jogar a TV no chão (já que ela está só o osso...)
c) Ir dormir
- O que fazer quando você coloca o relógio pra despertar duas vezes, com meia hora de diferença e ainda consegue perder a hora?
a) Se jogar da cama
b e c) Ir dormir neste momento