Ahh cansei...

Eu??!! Perco coisas toda hora, tenho medo de perder a memória, por isso escrevo tudo o que se passa na minha vida, coisas boas e as nem tanto, caso eu não precise, pelo menos vou rir na velhice... Já cogitei mudar de cidade por causa de paixão, já fiz plásticas, e já tive o coração partido uma dúzia de vezes. Parte é isso, mas ando tão cansada...

Tuesday, March 25, 2008

Éticas

AS DUAS ÉTICAS: a ética que brota da contemplação das estrelas perfeitas, imutáveis e mortas, a que os filósofos dão o nome de ética de princípios, e a ética que brota da contemplação dos jardins imperfeitos e mutáveis, mas vivos -a que os filósofos dão o nome de ética contextual.
Os jardineiros não olham para as estrelas. Eles nada sabem sobre os estrelas que alguns dizem já ter visto por revelação dos deuses. Como os homens comuns não vêem essas estrelas, eles têm de acreditar na palavra dos que dizem já as ter visto longe, muito longe...Os jardineiros só acreditam no que os seus olhos vêem. Pensam a partir da experiência: pegam a terra com as mãos e a cheiram...
Aplicamos a metáfora a uma situação concreta. A mulher está com câncer em estado avançado. É certo que ela morrerá. Ela suspeita disso e tem medo.O médico vai visitá-la. Olhando, do fundo do seu medo, no fundo dos olhos do médico ela pergunta: "Doutor, será que eu escapo desta?" Está configurada uma situação ética.
Que é que o médico vai dizer? Se o médico for um adepto da ética estelar de princípios, a resposta será simples. Ele não terá que decidir ou escolher. O princípio é claro: dizer a verdade sempre. A enferma perguntou. A resposta terá de ser a verdade. E ele, então, responderá: "Não, a senhora não escapará desta. A senhora vai morrer..." Respondeu segundo um princípio invariável para todas as situações. A lealdade a um princípio o livra de um pensamento perturbador: o que a verdade irá fazer com o corpo e a alma daquela mulher? O princípio, sendo absoluto, não leva em consideração o potencial destruidor da verdade. Mas, se for um jardineiro, ele não se lembrará de nenhum princípio. Ele só pensará nos olhos suplicantes daquela mulher. Pensará que a sua palavra terá que produzir a bondade. E ele se perguntará: "Que palavra eu posso dizer que, não sendo um engano -"A senhora breve estará curada...'-, cuidará da mulher como se a palavra fosse um colo que acolhe uma criança?" E ele dirá:"Você me faz essa pergunta porque você está com medo de morrer. Também tenho medo de morrer..." Aí, então, os dois conversarão longamente -como se estivessem de mãos dadas ...- sobre a morte que os dois haverão de enfrentar.
Como sugeriu o apóstolo Paulo, a verdade está subordinada à bondade.
Pela ética de princípios, o uso da camisinha, a pesquisa das células-tronco, o aborto de fetos sem cérebro, o divórcio, a eutanásia são questões resolvidas que não requerem decisões: os princípios universais os proíbem.Mas a ética contextual nos obriga a fazer perguntas sobre o bem ou o mal que uma ação irá criar. O uso da camisinha contribui para diminuir a incidência da Aids? As pesquisas com células-tronco contribuem para trazer a cura para uma infinidade de doenças? O aborto de um feto sem cérebro contribuirá para diminuir a dor de uma mulher? O divórcio contribuirá para que homens e mulheres possam recomeçar suas vidas afetivas? A eutanásia pode ser o único caminho para libertar uma pessoa da dor que não a deixará?
Duas éticas. A única pergunta a se fazer é: "Qual delas está mais a serviço do amor?"
(Texto de Alves, R. Folha de São Paulo, 04/03/08)
Sinceramente...quando trata-se do coração, gostaria de ser igual a um jardineiro, crer somente naquilo que eu ver, naquilo que eu sentir de verdade...deixar sempre meus princípios falar mais alto...
Mas felizmente sou uma mulher comum, e com a convicção plena que a ética contextual sempre esteve a serviço do amor...

Thursday, March 20, 2008

Escolhas....

Desde pequenos nós nos deparamos com situações de escolha, algumas levamos conosco a vida inteira, de tão acostumados que estamos com ela, às vezes passam despercebidas. Um clássico de escolha, é quando se está em uma bifurcação, se você não tem certeza de qual caminho, qual estrada é a correta, você escolherá a incorreta, Murphy já dizia, se algo tiver que dar errado, com certeza dará.
Voltando as criançices, as escolhas começam pelos nossos brinquedos, para as meninas, aquelas Barbies, sonho de consumo, para os meninos um boneco qualquer (me descupem mas não me ocorre o nome de algum no momento...), nós fazíamos a nossa escolha e pronto, cabia a nossos pais a realização ou não dos nossos sonhos...
Na escola escolhíamos nossos amigos "a dedo", a mais bonitinha, o mais popular, outro trabalho danado para os pais, que ora pai de uma aguentava a "tropa" inteira pra dormir, ora nossos pais cediam a paciência e recebia com maior amor, carinho e broncas nossos amigos escolhidos...
Assim vai passando os tempos, pais escolhendo por nós, pais apoiando nossas escolhas, mas impreterivelmente chega a hora em que não tem mais jeito, as escolhas são nossas, as vitórias são nossas, as derrotas também, assim como alegrias, tristezas...enfim eles passam de atuantes para simples expectadores...
Tudo vai bem, você escolhe com o que quer trabalhar, você escolhe qual comida gosta ou não, qual lado da cama é o melhor, qual posição para dormir é a mais agradável, qual perfume que combina melhor com você, o sapato que lhe é mais confortável, a hora de amar, então escolhe uma pessoa...inicialmente nos parece que é a melhor do mundo, que somos os mais afortunados, que não saberíamos viver sem ter tomado esta decisão...
Tudo seria lindo, se lá em cima eu não tivesse dito algo a respeito de passar despercebidos, pois é...das duas uma, você passa a esquecer aquela escolha feita, ou vice-versa, passa a ser esquecido...
Fiz muita escolhas na vida, podem não ter sido as mais acertadas, mas eram as mais convenientes naqueles momentos...e hoje ainda ouvi...tá vendo se tivesse me escolhido, tudo seria diferente...será mesmo, será que estando de fora as e escolhas sempre são mais fáceis..pensando assim só vou ser for escolhida...seja para o que for....

Saturday, March 15, 2008

"Dança nos pés do acaso"

Como não poderia ser diferente, mais um dia de filosofia vã. Continuando minhas perguntas sobre as coisas que ocorrem no dia-a-dia. Pensei em diferentes "porquês". Porque precisamos de dinheiro? Porque pessoas destratam umas as outras? Porque doenças? Porque é difícil amar ou ser amado?

Quando percebo que não tenho respostas, procuro por sinais nas pessoas que me cercam. Hoje mesmo foi engraçado...Estava no elevador e conheci uma senhora que nunca havia visto mais gorda. Simpática, porém continuo sem saber seu nome, reclamamos do tempo, da canseira (tendo em vista que ela estava com sua "bagagem", lê-se filha, no colo, sendo assim tinha todo o direito de reclamar), e papo vai e papo vem quando chegamos no 14° andar, hora da despedida:

- Ahhh então, você mora sozinha?

Coragem. Não sei o porquê do espanto ver uma moça, com cara de gente boa, que mora sozinha, sem arregalar os olhos...

- Ahhh então, sim. Já há algum tempo...

Nessas horas já tenho o "monólogo" de respostas prontas pra dar:

- Não. Não é ruim.
- Sou acostumada.
- Ahhh quando me sinto só falo ao telefone (porque nem o cachorro sobreviveu à crise dos "porquês", rs).

Daí ouço algo que me deixou mais intrigada no dia (e olha que não é difícil)...

- Então, também estou sozinha com minha filha, meu marido e eu, nós estamos meio separados.

Alguém sabe explicar o que significa "meio separados?” Não, porque para mim, a palavra separar significa = desunir, dividir, isolar, nada que venha a combinar com aquela simpática jovem senhora e sua belíssima filha de olhos azuis...

Outra vez sem respostas, mas como o próprio filósofo Nietzsche defendia, o mundo não tem ordem, estrutura, forma e inteligência. Nele as coisas “dançam nos pés do acaso” e somente a arte pode transfigurar a desordem do mundo em beleza e fazer aceitável tudo aquilo que há de problemático e terrível na vida.

Falou e disse!
(Se em algum momento escrevi algum "porque" errado...mil desculpas...trata-se realmente de um trauma de infância...)

Thursday, March 06, 2008

POR QUE?

Pra variar o período TPM, que na verdade em alguns dias do mês passa de Pré para Tensão Pós Menstrual, ocorre invarialmente com muitas mulheres. Nesses dias você fica meio "down", a felicidade alheia te irrita, até seu amigo no msn pergunta se está carente. Algumas opções podem aliviar este seu estado provisório, que pode começar chorando incansavelmente para o espelho, até os seus olhos ficarem roxos, como se ele pudesse aliviar o peso que sua barriga adquiri nestes dias fátidicos, pode também enfiar-se embaixo das cobertas, de preferência com a cabeça a "sete palmos" no travesseiro, ou uma opção muito melhor, porém está faz um bem danado, não só nas TPM's, como em qualquer situação "piriquitante" que tiver que passar, é pegar o bonito do seu cartão de crédito e descontar todos os "porques" naquela bolsa (ou sapato, roupa, perfume, comida, livros, cd's.......etecéteras, etecéteras)...
Tudo começa com aquele dia, lá no passado, quando a menina chega em sua mãe e diz:
- Maiêêê!!!!
- Fala, minha flor!
- Por que está acontecendo isto comigo ? (Acontecendo isto, lê-se fenómeno fisiológico do período fértil da mulher, que ocorre caso não se dê a fecundação do ovócito II, permitindo a eliminação periódica através da "piririca" da caduca do endométrio uterino (ou mucosa uterina). Neste processo dá-se o rompimento de alguns vasos sanguíneos o que leva a que ocorra também uma “pequena” hemorragia, ou seja, fluxo infeliz).
- Porque faz bem, isto é saúde.
- Mãe, eu perguntei o porquê?
Coitada daquela mãe, naquela época, ela já ficou sem palavras. A verdade é uma só, uma vez que aconteceu, está acontecido. Você terá que conviver com esse "encosto" até onde seu corpo determinar, que se não bastasse ele por si só, vêm acompanhado dos "porquês" das TPM's. Existem estudos para nôs livrar desse incômodo mensal, mas as controvérsias são tantas que até no peso e no temperamento iria interferir.
Você pode optar por uma das opções de alívio acima, ou fica se perguntando o porquê de existir pelo resto da vida...
E olha os "porquês" já são tão complicados por si só...uma palavra quatro formas diferentes de utilizá-las...eu hein...não sei o que é pior...